A vitamina B6 (Piridoxina) é uma vitamina hidrossolúvel, que faz parte do complexo B. Essa vitamina está envolvida em grande parte das transformações do organismo, pois é uma coenzima envolvida em mais de 150 reações bioquímicas. Ela é ativa no metabolismo de macronutrientes (carboidratos, proteínas e lipídios) e ácidos nucleicos, e participa da sinalização celular. Além disso, a vitamina B6 tem ação antioxidante e ajuda a reduzir os níveis de AGEs (produtos finais da glicação avançada), substâncias que podem causar danos às células.
Benefícios
Fortalece o sistema imunológico: A vitamina B6 desempenha um papel fundamental na produção de linfócitos T e interleucinas.
Regula o humor: A vitamina B6 (piridoxina) tem um impacto modulador significativo e seletivo na produção central de serotonina e GABA. Serotonina é um hormônio que regula o bem estar, enquanto o GABA ajuda a acalmar o sistema nervoso ao bloquear certos impulsos entre as células nervosas, diminuindo imediatamente a atividade cerebral. Isso, por sua vez, tem um efeito calmante que pode ajudar a aliviar o estresse, a ansiedade e o medo.
Tem ação anti-inflamatória: pesquisas recentes indicam que a vitamina B6 pode reduzir a inflamação no corpo influenciando a atividade dos inflamossomos e especificamente seu componente, a proteína sensorial NLRP3.
Regula a pressão arterial: a vitamina B6 participa da regulação da pressão arterial (influência no sistema renina-angiotensina).
Alivia sintomas da TPM: um estudo mostrou que o uso da vitamina B6 pode reduzir os sintomas emocionais (depressão, irritabilidade e cansaço) da TPM.
Auxilia na produção de energia: a vitamina B6 participa do metabolismo de carboidratos, proteínas e gorduras, ajudando a convertê-los em glicose, que é usada como fonte de energia pelas células do nosso corpo.
Onde posso encontrar?
de origem animal:
•Figado bovino;
•Atum;
•Albacora;
•Salmão;
•Peito de frango;
•Perú;
•Carne bovina magra;
•Queijo cottage.
de origem vegetal:
•Grão-de-bico;
•Batatas;
•Abobora;
•Arroz branco;
•Nozes;
•Passas;
•Cebola
•Espinafre;
•Tofu firme;
•Melancia;
Recomendação diária da vitamina B6
Do nascimento aos 6 meses: 0,1 mg;
Bebês de 7 a 12 meses: 0,3 mg;
Crianças de 1 a 3 anos: 0,5 mg;
Crianças de 4 a 8 anos: 0,6 mg;
Crianças de 9 a 13 anos: 1,0 mg;
Adolescentes do sexo masculino 14 a 18 anos: 1,3 mg;
Adolescentes do sexo feminino de 14 a 18 anos: 1,2 mg;
Homens adultos: 1,3 mg;
Mulheres adultas: 1,3 mg ;
Adolescentes grávidas: 1,9 mg ;
Mulheres adultas grávidas: 1,9 mg;
Adolescentes lactantes: 2 mg;
Mulheres adultas lactantes: 2 mg;
Homens (+51): 1,7 mg;
Mulheres (+51): 1,5 mg.
Deficiência de vitamina B6
A deficiência de vitamina B6 está associada à:
•Anemia microcítica;
•Anormalidades eletroencefalográficas;
•Dermatite com queilose (descamação nos lábios e rachaduras nos cantos da boca);
•Glossite (língua inchada);
•Depressão;
•Confusão;
•Função imunológica enfraquecida.
Em bebês a deficiência da vitamina B6 pode causar:
•Irritabilidade;
•Audição anormalmente aguda;
•Convulsões.
Grupos em risco de deficiência da vitamina B6
Indivíduos com função renal prejudicada: pessoas com problemas renais geralmente apresentam baixas concentrações de vitamina B6.
Indivíduos com doenças autoimunes: pessoas com artrite reumatoide, doença celíaca, doença de Crohn, colite ulcerativa e outras doenças inflamatórias intestinais tendem a ter baixos níveis de vitamina B6. Na artrite reumatoide e na doença inflamatória intestinal, os níveis de vitamina B6 são reduzidos devido à inflamação. Na doença celíaca, a deficiência está associada à menor absorção da vitamina B6 pelo organismo.
Pessoas com dependência de álcool: os níveis de vitamina B6 no sangue costumam ser muito baixos em pessoas com dependência de álcool. Isso ocorre porque o álcool gera acetaldeído, uma substância que reduz a produção de vitamina B6 nas células e interfere na sua ligação às proteínas. Além disso, a vitamina B6 dentro das células pode ser degradada mais facilmente pela fosfatase ligada à membrana celular.
Suplementos
•Suplementos de vitaminas do complexo B;
•Piridoxina (cloridrato de piridoxina [HCl]).
Malefícios causados pelo exesso de
vitamina B6
Não há relatos de que a alta ingestão de vitamina B6 por meio de fontes alimentares cause toxicidade. No entanto, o uso crônico de 1 a 6 g de piridoxina oral por dia, durante 12 a 40 meses, pode levar a uma neuropatia sensorial grave e progressiva, caracterizada por ataxia (perda de controle dos movimentos corporais).
Além disso, o excesso de vitamina B6 pode causar lesões dermatológicas dolorosas e desfigurantes, fotossensibilidade e sintomas gastrointestinais, como náusea e azia.
Interação droga-nutriente
Cicloserina (seromicina) é um medicamento usado no tratamento da tuberculose. Em combinação com fosfato de piridoxal, a cicloserina aumenta a excreção urinária da vitamina B6.
Alguns medicamentos antiepilépticos, como o ácido valpróico (Depakene, Stavzor), carbamazepina (Carbatrol, Epitol, Tegretol e outros) e fenitoína (Dilantin) aumentam a taxa de catabolismo dos vitameros da vitamina B6, resultando em baixas concentrações dessa vitamina no plasma.
Teofilina: esse medicamento previne ou trata falta de ar, o chiado no peito e outros problemas respiratórios causados por asma, bronquite crônica, enfisema e outras doenças pulmonares. Pacientes tratados com Teofilina frequentemente apresentam baixas concentrações plasmáticas de vitamina B6.
Referencias
OFFICE OF DIETARY SUPPLEMENTS. Vitamin B6: Fact Sheet for Health Professionals. Bethesda, MD: National Institutes of Health, 2024. Disponível em: https://ods.od.nih.gov/factsheets/VitaminB6-HealthProfessional/. Acesso em: 17 fev. 2025.
STACH, Kamilla; STACH, Wojciech; AUGOFF, Katarzyna. Vitamina B6 na saúde e na doença. Nutrientes, Basileia, v. 13, n. 9, pág. 3229, 2023. Disponível em: https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC8467949/. Acesso em: 17 fev. 2025.
DOLL, H. et al. Pyridoxine (vitamin B6) and the premenstrual syndrome: a randomized crossover trial. The journal of the Royal College of General Practitioners, v. 39, n. 326, p. 364–368, 1989.
SIAVASH, M.; TAVAKOLI, F.; MOKHTARI, F. Comparing the effects of zinc sulfate, calcium pantothenate, their combination and minoxidil solution regimens on controlling hair loss in women: A randomized controlled trial. Journal of Research in Pharmacy Practice, v. 6, n. 2, p. 89-93, abr./jun. 2017. Disponível em: https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC9577631/. Acesso em: dia mês. ano.