A vitamina B1 (Tiamina) foi a primeira vitamina a ser descoberta. Essa vitamina hidrossolúvel é um cofator essencial para a produção de energia, ajudando a transformar alguns macronutrientes em combustível para as células. Além disso, a vitamina B1 participa da transmissão de impulsos nervosos e da proteção dos nervos.
A vitamina B1 é fundamental para o crescimento e a função de várias células. Apenas pequenas quantidades dessa vitamina são armazenadas no fígado, então é necessária uma ingestão diária de alimentos ricos em vitamina B1 (Tiamina).
Benefícios da vitamina B1
Auxilia no tratamento da insuficiência cardíaca congestiva: alguns ensaios clínicos descobriram que a suplementação de tiamina em comparação com um placebo pode melhorar significativamente a função cardíaca em pessoas com insuficiência cardíaca.
Protege as células nervosas: a vitamina B1 desempenha um papel (não identificado) na propagação de impulsos nervosos e na manutenção da bainha de mielina. Essa vitamina também evita doenças neurologicas, como a síndrome de Wernicke-Korsakoff e o Alzheimer.
Auxilia na produção de energia: a vitamina B1 atua no metabolismo dos aminoácidos, gorduras e carboidratos, sendo essencial nas células para converter carboidrato em energia (adenosina trifosfato) e é necessária para o bom funcionamento das células nervosas e musculares.
Evita o Beribéri: existem dois tipos de Beribéri, o seco e o úmido. No Beribéri seco os nervos dos músculos podem desenvolver anormalidades. Os sintomas mais comuns são formigamento nos dedos dos pés, sensação de ardor nos pés, que aumenta à noite, e dor e câimbras nas pernas. Os músculos podem ficar fracos e definhar (atrofiar). Se a deficiência piorar, os braços também são afetados. Já no Beribéri úmido, pode haver anormalidades cardíacas. O coração bombeia mais sangue e bate mais rápido. Os vasos sanguíneos são alargados (dilatados), tornando a pele quente e úmida. Uma vez que o coração não consegue continuar a trabalhar nesse nível, uma insuficiência cardíaca acaba se desenvolvendo. Assim, ocorre um acúmulo de líquido nas pernas (na forma de edema) e nos pulmões (na forma de congestão) e a pressão arterial pode baixar, às vezes provocando choque e morte;
Pode reverter doença renal, em estágio inicial, em pacientes diabéticos: pesquisadores da Universidade de Warwick descobriram que altas doses de vitamina B1 podem reverter o início da doença renal diabética precoce. A nefropatia diabética, se desenvolve progressivamente em pacientes com diabetes tipo 2. O desenvolvimento precoce dessa condição é avaliado por uma alta taxa de excreção da proteína albumina do corpo na urina, conhecida como microalbuminúria. A equipe descobriu que tomar altas doses orais de tiamina pode diminuir drasticamente a excreção de albumina e reverter a doença renal em estágio inicial em pacientes com diabetes tipo 2.
Melhora o humor: A vitamina B1 pode previnir a depressão e ter um efeito positivo no bem-estar. Um estudo mostrou que indivíduos com concentrações mais baixas de tiamina apresentaram sintomas mais graves de depressão. Além disso, outra pesquisa mostrou que os sintomas depressivos melhoraram significativamente em pacientes com transtorno depressivo maior após seis semanas de suplementação de tiamina em comparação com placebo.
Evita o estresse oxidativo: A tiamina (vitamina B1) ajuda a reduzir a formação de produtos finais da glicação avançada (AGEs), substâncias que podem prejudicar proteínas, causar danos celulares e levar a doenças. Os AGEs contribuem para o estresse oxidativo, inflamação, e estão ligados ao diabetes, doenças renais, cardiovasculares, envelhecimento e doenças neurodegenerativas.
Melhora o sistema imunológico: A vitamina B1 (tiamina) desempenha um papel importante no sistema imunológico, ajudando no desenvolvimento das células T no timo, órgão responsável pela maturação dessa célula. Além disso, a tiamina pode ter ação anti-inflamatória, antioxidante e antitumoral, fortalecendo a resposta do organismo e aumentando a atividade dos macrófagos, que combatem infecções.
Onde posso encontrar?
De origem animal:
•Carne bovina;
•Peixe;
•Carne de porco;
•Ovo;
•Iogurte Natural;
•Leite.
De origem vegetal:
•Arroz (principalmente o integral);
•Pão (principalmente o integral);
•Macarrão (principalmente o integral);
•Feijão preto;
•Abobora;
•Laranja;
•Sementes de girassol;
•Aveia;
•Milho;
•Cevada.
Recomendação diária da vitamina B1
Do nascimento aos 6 meses: 0,2 mg;
Bebês de 7 a 12 meses: 0,3 mg;
Crianças de 1 a 3 anos: 0,5 mg;
Crianças de 4 a 8 anos: 0,6 mg;
Crianças de 9 a 13 anos: 0,9 mg;
Adolescentes do sexo masculino 14 a 18 anos: 1,2 mg;
Adolescentes do sexo feminino de 14 a 18 anos: 1,0 mg;
Homens adultos: 1,2 mg;
Mulheres adultas: 1,1 mg;
Adolescentes grávidas: 1,4 mg;
Mulheres adultas grávidas: 1,4 mg;
Adolescentes lactantes: 1,4 mg;
Mulheres adultas lactantes: 1,4 mg;
Deficiência
A deficiência pode ser causada pela baixa ingestão, ou pela baixa absorção e excreção mais alta do que o normal, devido a certas condições, como uso excessivo de álcool, HIV/AIDS ou ao uso de alguns medicamentos.
No início a falta da vitamina B1 pode causar:
•Perda de peso;
•Anorexia;
•Confusão;
•Perda de memória de curto prazo e outros sinais e sintomas mentais;
•Fraqueza muscular;
•Sintomas cardiovasculares;
Em casos mais avançados a deficiência da vitamina B1 pode causar;
•Insuficiência cardíaca congestiva
•Beribéri;
•Síndrome de Wernicke-Korsakoff.
Grupos em risco de deficiência da Vitamina B1
Dependentes de Álcool: Até 80% das pessoas com alcoolismo crônico desenvolvem deficiência de vitamina B1, pois o etanol reduz a absorção gastrointestinal dessa vitamina.
Idosos: Entre 20% e 30% dos idosos podem ter deficiência de vitamina B1 por motivos de baixa ingestão alimentar, uso de vários medicamentos e baixa absorção dessa vitamina, como resultado natural do envelhecimento.
Portadores de HIV/AIDS: A associação entre deficiência de tiamina e HIV/AIDS é provavelmente devido à desnutrição como resultado do estado catabólico associado à AIDS. Portadores de HIV podem desenvolver beribéri e síndrome de Wernicke-Korsakoff por terem o risco aumentado de deficiência de vitamina B1.
Diabéticos: alguns estudos mostram que níveis de tiamina no plasma de pessoas com diabetes (do tipo 1 e 2) são mais baixos do que nos de pessoas saudáveis. Outros estudos mostraram um risco maior de deficiência de tiamina em pessoas com diabetes (do tipo 1 e do tipo 2) com base em testes de atividade da transcetolase eritrocitária. Esses níveis mais baixos de tiamina podem ser devidos a aumentos na depuração de tiamina pelos rins. A relevância desses efeitos para o prognóstico ou resultados clínicos não é conhecida.
Pessoas que passaram por cirurgia bariátrica: um dos riscos da cirurgia bariátrica inclui a deficiência grave de vitamina B1 por causa da má absorção desse nutriente.
Celíacos: Na doença celíaca, o glúten, uma proteína presente no trigo, na cevada e no centeio, estimula a produção de certos anticorpos pelo sistema imunológico. Esses anticorpos causam dano ao revestimento do intestino delgado, resultando em achatamento das vilosidades (pequenas projeções ao longo do revestimento do intestino delgado que absorvem nutrientes). A superfície lisa resultante provoca a má absorção de nutrientes, incluindo a vitamina B1 (Tiamina).
Suplementos:
•Suplementos de vitaminas do complexo B;
•Mononitrato de tiamina;
•Cloridrato de tiamina;
•Benfotiamina (sintético e não é solúvel em água).
Malefícios causados pelo exesso de
vitamina B1
Não há relatos de efeitos adversos causados pela alta ingestão da vitamina B1.
Interação droga-nutriente
Furosemida (Lasix): esse medicamento diurético de alça usado para tratar edema e hipertensão aumentando a produção urinária. Estudos sugerem que seu uso pode reduzir os níveis de tiamina no organismo, possivelmente causando deficiência, pois aumenta a eliminação dessa vitamina pela urina.
Fluorouracil (também conhecido como 5-fluorouracil; Adrucil): o Fluorouracil é um medicamento quimioterápico comumente usado para tratar câncer colorretal e outros cânceres sólidos.
Alguns estudos mostram casos de beribéri ou encefalopatia de Wernicke após o uso desse medicamento. Isso pode ocorrer porque o medicamento pode aumentar o metabolismo da tiamina no organismo e bloquear a formação de sua forma ativa (TDP).=
Referencias
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